quinta-feira, 18 de novembro de 2010

VODO, VODU, VODOO

Vodun ou Vudun (espírito da Fon e Ewe línguas , pronunciado [Vodu] com um nasal -tom alto u; também escrito Vodon, Vodoun, Voodoo Voodoo etc) é uma tradicional religião organizada do litoral da África Ocidental a partir de Nigéria para Gana .
O Vodun é praticado pelos Ewe , Kabye , Mina e Fon povos do sudeste do Gana , sul e central Togo , sul e centro do Benin e (com um nome diferente), o

iorubá do sudoeste da Nigéria .

É distinto de várias religiões animistas no interior desses mesmos países e é a principal origem das religiões de nome similar encontrado na  Diáspora Africana no Novo Mundo , como o
Vodou haitiano ,
Vudu de Puerto Rico e República Dominicana ,
Candomblé Jeje no Brasil (que usa o termo Vodum),
Louisiana Voodoo e
Santería em Cuba .
Alguns são sincretizados com o cristianismo e as religiões tradicionais dos povos Kongo do Congo e Angola

O vodu está dominado pela crença nos loas, também chamados de mysteres, espíritos da terra, do ar, do fogo, da água e dos ancestrais. Os seguidores do vodu acreditam que Deus, Le Gran Maitre, é elevado demais para se preocupar com questões mundanas como a vida na terra, e assim os loas agem como seus intermediários em questões humanas.

No vodu, o ser humano é tido como sendo composto de cinco partes:

Corps cadavre

N’âme,
Z’etoile
Gros bon ange e
Ti bon ange

Corps Cadavre 
se refere à carne mortal, o coro humano.
N’âme é a energia vital que permite o corpo funcionar durante a vida, sendo correlato ao chi oriental.
Z’etoile refere-se a estrela do destino de determinado indivíduo, é aquele eu-amahã para onde diariamente todos caminhamos.
Gros bom ange (literalmente “grande anjo bom”) e
Ti bon ange (“pequeno anjo bom”) constituem, por assim dizer, a alma do indivíduo.

O Gros bon ange entra nos seres humanos durante a concepção. É uma porção da energia universal, a condição de consciência que todos os humanos têm. O ti bon ange, pelo contrário, é a alma ou essência do indivíduo que se constrói durante á vida, ou seja, sua personalidade. É esta “pequena alma” que viaja para fora do corpo durante os sonhos, assim como também quando o corpo está sendo possuído por um loa.

POSSESSÃO
A possessão é parte importante e algo extremamente desejável no contexto vodu. Um provérbio haitinano diz: “cristãos vão a igreja para falar com Deus, nós vamos ao hounfort (templo vodu) para nos transformarmos nele.” Os loa se apossam de uma pessoa viva, ato conhecido como “montar o cavalo”. Quando isso acontece a pessoa perde a consciência e se torna completamente um instrumento de um loa.
Os gestos e as expressões faciais transformam-se nos do seu espírito possuidor. Esta crença esta tão enraizada no povo haitiano que faz parte até de seu processo de independência.
Durante a guerra contra a França, os bokor (feiticeiros vodu) realizavam rituais no qual os soldados eram possuídos pelos mais poderosos e guerreiros Loas. Quem lutou contra os franceses não foram humanos, dizem os haitianos, mas semi-deuses. Verdade ou não, dotados desta convicção os haitianos lutaram ao ponto de libertar o seu pais.

DESENCARNE
Quando a pessoa morre, de acordo com a crença vodu, a alma permanece perto do corpo por uma semana. Durante esse período de sete dias, o ti bom ange é vilnerável e pode ser capturado e transformado em “zumbi espiritual” por um feiticeiro. 
Para que isso não ocorra, um sacerdote arranca-a ritualmente do corpo para que a alma possa morar em águas escuras por um ano e um dia. Nesse ponto, os familiares elevam a alma ritualmente e colocam-na no govi, agora conhecido como esprito. Esses espritos são alimentados, vestidos e tratados como divindades. Mais tarde são libertados e vão morar nas rochas e nas árvores. Eventualmente esses espíritos passam a fazer parte do intercambio espiritual entre humanos e Loas até seu renascimento. Dezesseis incorporações mais tarde, os espíritos se fundem na energia cósmica novamente.

Mas, o que torna o vodu único entre as religiões caribenhas são as crenças vinculadas ao lado mais obscuro da natureza humana. Isso reflete-se nos "Petro Loa", poderosos espíritos ameaçadores e vingativos portadores de doenças que só prestam ajuda mediante uma promessa de serviços e vingam-se violentamente se ela não é cumprida. Este é o chamado “trabalho da mão esquerda” praticado por seitas surgidas de diversas comunidades vodu. Essas seitas surgem sob o mais estrito segredo e são rejeitadas pelos praticantes da corrente principal do vodu.

Alguns desses Petro Loa são invocados via rituais para efetuarem perigosos serviços em troca de um sacrifício: normalmente um porco, um cabrito, um touro, ou as vezes um cadáver pego em um cemitério, quando não um verdadeiro sacrifício humano.

Em setembro de 1994 pouco antes dos Estados Unidos terem invadido o Haiti, supões-se que foi celebrada uma cerimônia vodu que durou três dias, no quartel militar da junta dominante, para evitar que os invasores continuassem seu avanço. Durante a cerimônia os Petro Loa mais violentos foram invocados e, relatos não confirmados dizem que foram recebidas pelo menos treze pessoas ao sacrifício. Talvez seja uma coincidência, mas em meados de outubro, três soldados suicidaram-se, entre eles Geraldo Luciano, que disparou contra sua própria cabeça enquanto jogava uma partida de cartas. Em um país onde freqüentemente os bokor fazem as leis serem cumpridas e onde as execuções são habituais, ninguém pode assegurar se ocorrem ou não sacrifícios humanos.

Dentre as seitas as mais terríveis são o Bizango e o Cochon Gris, que invocam os Petro Loa para prejudicar outras pessoas, praticam sacrifícios humanos (muitas vezes desculpas para assassinatos encomendados) e transformam pessoas em zumbis como castigo contra comportamentos sociais considerados incorretos ou que não condiga com os interesses dos bokor. Nas regiões mais remotas do Haiti, o vodu é muito poderoso, de modo a força estatal constituída ser praticamente irrelevante.

Fonte: http://mortesubita.org/jack/miscelania/ ... icao-vodu/

A própria palavra evoca imagens fúnebres de mortos caminhando, bonecos de cera letais cravejados de alfinetes e bizarros rituais realizados à meia-noite nas profundidades das florestas virgens. Mas o Vodu é mais do que mera Magia Negra, ou maléfica. Vodu é, na verdade, um dos muitos caminhos que levam a Deus e à conquista da felicidade, e seus recursos podem e devem ser empregados para fazer o bem. Cabe ao praticante utilizar corretamente esse poder.
Origem e Adaptação
foto voodooO termo tem origem daomeana (o Daomé era um reino africano situado onde agora é o Benin) e tanto se refere às divindades boas quanto às más. Trata-se de uma religião muito popular praticada no Haiti (país de maioria negra, localizada no Caribe/ América Central). À semelhança do que aconteceu com os escravos no Brasil e com a religião que veio com eles da África, os negros que aportaram no Caribe, também se viram obrigados a realizar um sincretismo religioso entre suas divindades e as divindades cristãs aceitas na região. Foi assim que, Olorum (Deus), a entidade máxima, o próprio criador dos Deuses e dos homens do Vodu haitiano, foi rebatizado como o Bon Dieu (Bom Deus, em francês). Obatalá, que para os Umbandistas e adeptos do Candomblé, é Oxalá, recebeu o nome de Virgem das Mercês. Na sua forma original, foi trazido por escravos africanos à ilha, no século XVI. Teve contato com a religião Católica Romana dos colonos franceses proprietários de escravos. Em conseqüência, absorveu muitas das complexidades do Catolicismo, sem jamais perder a sua natureza essencialmente pagã. Sendo assim, atualmente muitos haitianos acreditam que pelo menos um dos aspectos do Deus-Serpente Vodu Damballah é fielmente representado por S. Patrício da Irlanda. Tal como acontece com muitas religiões orientadas para a magia, a idéia essencial do Vodu é a de que toda a realidade é uma espécie de fachada por detrás da qual atuam forças espirituais muito mais importantes.
As árvores podem ser as moradas de espíritos poderosos; a doença e a morte nunca são fortuitas, mas constituem sempre um sinal de retribuição divina ou mágica. Este mundo de espíritos Vodu é chefiado por Legba, mediador entre o homem e os espíritos. Outros Deuses importantes, ou Loas, incluem, além do
Deus-Serpente Damballah, fonte de virilidade e poder:
Erzulie, Deusa do amor, ciúme e vingança, e
Guede, que, juntamente com auxiliares sinistros como o mal-afamado Barão Samedi, preside aos mistérios da morte e feitiçaria maligna.
Hierarquicamente inferior aos Deuses mais importantes, encontram-se as divindades menores, por vezes denominadas Deuses Petro, e abaixo desses inúmeros espíritos, incluindo muitos anteriormente humanos.

RITUAIS
Nos elaborados rituais do Vodu, os adoradores invocam estes Loas e Espíritos, esperando ser possuídos por um que tragam:
boa sorte,
efetue uma cura,
aplaque a alma de um morto,
conjure o mal,
consagre um sacerdote ou
desempenhe qualquer outro serviço de caráter mágico.
Existem dois tipos de ritos no Vodu, sendo que um, o
Rada-Canzo, é baseado em parte no Catolicismo e em parte na Magia Branca, e tem como sacerdote o Houngan.
Petro, ou Magia Negra, seu Sacerdote, denominado Bocorte, é aceitável e comum à realização de trabalhos com fins maléficos. Esse último rito, encerra uma série de atividades e práticas através das quais a religião Vodu é mais conhecida e afamada em todo o mundo. Durante o ritual de Magia Negra, são invocados espíritos da destruição e é comum o sacrifício de animais, que morrem simbolicamente em nome de quem se quer prejudicar.

Bonecos Vodu
Existe também as famosas Paket, que são bonecos feitos em madeira ou cera, representando as pessoas que se quer fazer mal, ou até mesmo em certos casos, eliminar. São também chamdos de Fetiche, palavra que significa ‘feitiço” ou “feito com as mãos”. A esses bonecos, costuma-se atear fogo ou então espetar alfinetes enferrujados em regiões do corpo consideradas vitais, como por exemplo, na área relacionada ao coração.
O Vodu possui uma imensa galeria de Deuses. Qualquer um que em vida tenha demonstrado qualidades especiais, pode ter sua alma incorporada às divindades haitianas.
Cerimônia
foto voodooUma cerimônia Vodu típica, terá lugar em uma noite de sábado em um Houmfor, um templo situado na floresta haitiana. Consiste geralmente em um pequeno edifício, onde são guardadas as relíquias sagradas, uma sala adjunta lateralmente aberta e um pátio ou clareira onde se reúnem os adoradores. O Houngan (ou, no caso de se tratar de uma mulher, Mambo), inicia as cerimônias na sala exterior com
preces,
encantações
e libações propiciatórias
desenha no solo símbolos mágicos, ou veves, especificamente destinados aos Loas que deseja convocar nessa noite.
Os adoradores começam a cantar e a dançar e, à medida que o seu frenesi aumenta, são oferecidos sacrifícios aos Deuses - geralmente galinhas ou cabras.
Em determinado momento, se a cerimônia se processar devidamente, os corpos de pelo menos alguns dos adoradores são possuídos pelos Loas. Os indivíduos possuídos se contorcem de um modo incontrolável, falando com vozes estranhas e por vezes línguas ininteligíveis e, finalmente, tombam ao solo, o que é considerado um sinal de que os Loas favoreceram a petição dos adoradores.

Segredos
foto voodooSão, porém, os aspectos mais secretos do Vodu, que mais têm apelado para a imaginação do Mundo. E o Vodu - um sistema de crença enraizado no medo - possui efetivamente aspectos muito secretos.
Práticas como assassinatos, rituais, canibalismo e Magia Negra, são atribuídas a determinadas sociedades secretas de Vodu conhecidas coletivamente como Seitas Vermelhas.
Feiticeiros denominados Bokos invocam, a troco de uma retribuição monetária, a ajuda do Barão Samedi a fim de lançar maldições fatais sobre os vivos - e eventualmente maldições mais aterrorizantes ainda sobre os que acabaram de morrer, pois são estes que, através da Magia, podem ser transformados em Zumbis, cadáveres reanimados condenados a servir para sempre os seus senhores, como escravos descerebrados.

Desmistificando os Zumbis - medo e controle
Na verdade, segundo os ensinamentos Vodus, o processo para se chegar a ser um Zumbi é feito por meio de ervas que contêm substâncias capazes de deixar a pessoa em um estado de “morto-vivo”. Esses compostos de ervas deixam o batimento cardíaco mais lento. As ervas utilizadas pelos sacerdotes têm a capacidade de dilatar as pupilas, fazendo a pessoa perder a sensibilidade à luz e deixando-a em um estado de transe, o que facilita o processo de ritual feito pelo sacerdote, uma vez que o candidato torna-se totalmente manipulável. O ritual se dá por meio da magia negra. A vítima tem todo o indício de morte aparente, quase não respira, tem a pele fria, quase não tem pulsação e, mesmo assim, está viva.
Isto se deve ao fato de a pessoa ficar horas sem oxigenação no cérebro, o que reduz o seu nível de consciência.
Entre os componentes da fórmula utilizada pelos feiticeiros podem ser encontrados narcóticos,
veneno neurotóxico e até
veneno de rãs.

Diz-se que François (Papa Doc) Duvalier, o falecido ditador do Haiti, utilizou este aspecto mais secreto do Vodu, como meio de manter o controle sobre os seus supersticiosos súditos.
O instrumento básico utilizado para invocar a energia desses Deuses é o boneco Vodu, confeccionado pela pessoa que vai executar o trabalho de magia, e pode ser feito com qualquer massa de modelar.
Diversos são os trabalhos realizados, seja para
atrair amor,
saúde,
sucesso, ou mesmo para
afastar pessoas ou se
libertar de situações desagradáveis.

Um homem com duas almas
Os haitianos praticantes do Vodu acreditam que o homem possui duas almas: Gros bon ange: cuja tradução é: “grande anjo bom”. Essa alma, segundo acreditam os haitianos, tem a capacidade de sair do corpo enquanto a pessoa dorme. E, se não retornar, a pessoa morre.
Petit bon ange: traduzido quer dizer “pequeno anjo bom”. Essa alma, segundo crêem, proteger e guiar o adepto. Quando a pessoa morre, ela permanece por alguns dias guardando o corpo. Somente após um período de nove dias, contando a partir do sepultamento, é realizado um ritual para afastá-la.
Como a reencarnação faz parte da crença Vodu, seus praticantes acreditam que a petit bon ange se transforma em algum objeto ou animal, geralmente uma grande serpente. Após a transformação, se aos rituais de sacrifícios e cerimônias, sob a responsabilidade dos parentes, forem negligenciados, a vingança da Petit bon ange se volta contra eles.

Conclusão
Embora estejam sobretudo concentradas na ilha do Haiti, as crenças e práticas mágicas do Vodu, divulgaram-se facilmente nos Estados Unidos, via tráfico de escravos, conseguindo a sua primeira e mais poderosa base de apoio no estado de Luisiana no século XVIII. Em meados do século XIX, a influência local do Vodu era suficientemente grande para permitir que uma Mambo que se auto promovesse. Seu nome era Marie Laveau. Ela se tornou uma celebridade em toda a região. Em um estudo intitulado “Voodoo Death”, o fisiólogo da Universidade de Harvard, descreveu o processo através do qual um crente do Vodu pode morrer de medo em pensar que foi amaldiçoado. O choque auto-infligido, com as conseqüentes deficiências circulatórias e quebra de fornecimento de oxigênio aos órgãos vitais, pode ser precipitado, pelo simples “poder fatal da imaginação agindo através do terror absoluto”. O Vodu, em relação a algumas manifestações Afro, pode até ser diferente, mas os fundamentos principais expressados em suas práticas não são tão estranhos assim, quando comparados com as práticas exercidas na Umbanda, Quimbanda, Candomblé, no qual fetiches do Vodu são substituídos pelos patuás. Até o sincretismo do Vodu com o catolicismo do Haiti, pode ser claramente enxergado no Brasil por meio dos cultos Afro. Podem-se alterar os nomes, mas as castas espirituais são as mesmas: Orixás africanos e Santos católicos dividem os mesmos altares. Se no Vodu o lado da “esquerda” existe, no Brasil temos a Quimbanda. Tal como no Vodu, nos cultos Afro-Brasileiros também são feitos “trabalhos” em cemitérios e oferendas em cachoeiras, encruzilhadas, etc. O vodu pede um período de preparo para os iniciados, no Candomblé o iniciado deve se preparar por alguns meses. Os Pais e Mães-de-Santo possuem os mesmos atributos dos Hungans e das Mambos.

Fonte: Cats.pt/vodu
Sola scriptura-tt

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