sexta-feira, 12 de novembro de 2010

BRUXARIA E BRUXOS

Bruxaria oficial

As Raízes da Antiga Religião

Quando iniciamos o estudo de algo que nos é novo, a primeira pergunta que nos vem à mente é: “de onde surgiu?”. Portanto, nada mais correto do que usar a história da Arte como ponto de partida.


De onde veio a Wicca? Como tornou-se o que é hoje? O que ela é hoje? Wicca é uma palavra do inglês arcaico que quer dizer “bruxo” (plural wicce).

Há quem diga que seu significado é “sábio”, mas isso não corresponde à verdade. A palavra tem sua origem na raiz indo-européia ‘wikk-’, significando ‘magia’, ‘feitiçaria’.
Ela também é conhecida como
Bruxaria,
Feitiçaria,
Antiga Religião
e Arte dos Sábios, ou, simplesmente,
A Arte.

As origens da Bruxaria remontam à aurora da humanidade.
Os primórdios da magia e o deus com chifres

Nossas crenças começaram a tomar forma no Paleolítico, há aproximadamente vinte e cinco mil anos. Neste período, o ser humano era nômade, e suas principais fontes de subsistência eram a caça e a coleta. Tudo era misterioso para o homem e a mulher do paleolítico: o trovão, o sol, a escuridão... Para eles, o mundo era um lugar perigoso, cheio de forças que deveriam ser temidas, respeitadas e reverenciadas.

Com o tempo, a idéia das forças foi evoluindo para a idéia de Deuses. Um dos primeiros e, seguramente, o mais importante Deus primitivo a surgir foi o Deus de Chifres. Para que o clã nômade sobrevivesse, uma das principais atividades era a caça: dela provinham carne para alimentar-se, peles para vestir-se, ossos e chifres para fazer instrumentos. Os animais considerados mais valiosos, cujo abate cobria de honras aquele que o realizava, eram animais que possuíam chifres, como cervos e bisões. Assim, tomou forma na mente do ser humano primitivo a idéia de um Deus das Caçadas, dotado de chifres, símbolo de seu poder.

Alguns membros do clã iniciaram a prática de atividades de caráter mágico-religioso, compostos por um elemento religioso (esboços de rituais e mitos dedicados à adoração do Deus de Chifres, forças da natureza e espíritos dos antepassados) e por um elemento mágico (práticas que tentavam atrair a benevolência destas divindades e espíritos, a fim de manipulá-la para interesses práticos do clã). Neste momento estava se delineando algo que se assemelhava muito a grosso modo com uma classe sacerdotal.

Estes ‘sacerdotes’ realizavam ritos do que hoje é denominado magia simpática, ou seja, práticas baseada na atração dos semelhantes.
Pintavam-se cenas de membros do clã vencendo e abatendo animais cobiçados, para garantir o sucesso da próxima caçada. Miniaturas destes mesmos animais eram confeccionadas, em osso, chifre ou barro, e então simulava-se sua caça e abate. Estes ritos eram geralmente dirigidos por um destes ‘sacerdotes’, geralmente usando a primeira de todas as túnicas: peles de animais e uma máscara dotada de chifres.

Em Trois Frères, na França, existe uma pintura de doze mil anos, conhecida como “Le Sorcière” (“O Feiticeiro”). É a figura de um homem vestido de peles, com cauda e chifres de cervo. À sua volta, paredes cobertas por pinturas de animais em caçadas. A seus pés, uma saliência na rocha, constituindo um altar. Mas as caçadas não eram a única coisa que faziam o clã sobreviver. Havia um Mistério: o da fertilidade. O clã precisava continuar. De tempos em tempos, a barriga das mulheres crescia, e, ao fim de algumas luas, delas surgia um novo membro da tribo, pequeno, mas que crescia com o passar do tempo. Os animais também tinham filhotes, e isso garantia o alimento das futuras gerações.

A chave de todo esse Mistério era a mulher, aquele enigmático ser que, se já não bastasse ser a única responsável pela continuação da tribo (ainda não havia a consciência da participação do homem na reprodução), também alimentava as crianças com leite de seu próprio corpo. Além disso, aquela criatura mágica vertia sangue de dentro de seu corpo em algumas ocasiões, mas mesmo assim não morria. Todas estas constatações deram origem ao surgimento de uma Deusa da Fertilidade, uma Grande Mãe.

Figuras pré-históricas desta Deusa são incontáveis. ´
Uma das mais famosas é a Vênus de Willendorf: seu corpo parece uma grande massa disforme da qual se destacam um gigantesco par de seios e uma proeminente barriga grávida. Ela não tem pés nem braços, e seu rosto está coberto. Estas características são comuns a várias outras ‘Vênus’ pré-históricas, e se devem à ênfase que o ser humano primitivo dava ao aspecto de fertilidade da mulher . A Deusa era a Grande Mãe Natureza, fonte de toda a vida. Com o tempo, os homens foram se conscientizando de seu papel na reprodução, e o aspecto de fertilizador passou a ser mais um dos atributos do Deus de Chifres. Ele tornou-se filho da Deusa, pois dela era nascido, e também seu amante, pois a fertilizava para que um novo ser surgisse. A partir desta concepção, novos ritos foram adicionados às práticas mágico-religiosas, onde esculpiam-se ou pintavam-se animais ou humanos copulando, e todo o clã entregava-se ao ato sexual, já tendo recebido a graça dos Deuses.

No Neolítico, o ser humano desenvolveu a agricultura, e começou a formar aldeias e povoados. Com a descoberta das técnicas de plantio, a Deusa assumiu maior importância, passando a acumular também o aspecto de guardiã da colheita. O Deus de Chifres começou a ganhar uma nova face, a de alegre Deus das Florestas, protetor dos animais e criaturas dos bosques. Quando o homem adquiriu a noção das estações do ano, esboçaram-se as primeiras idéias sobre a Roda do Ano. Havia um período quente e fértil, onde realizavam-se as colheitas e a natureza mostrava todo seu esplendor. Neste período, reinava a Deusa em seu aspecto de Mãe Fértil.

Mas havia outro período, frio e escuro, quando as folhas das árvores secavam e caíam e tudo parecia estar morto.
O povo voltava a depender da caça para sobreviver, pois não podia viver só dos alimentos armazenados. Quem regia este período era o Deus das Caçadas, que também adquiria seu novo aspecto de Sombrio Senhor da Morte (nesta época nasceram também os primeiros conceitos sobre a vida após a morte). Surgiram então os primeiros mitos sobre a descida da Deusa ao mundo subterrâneo, que, séculos mais tarde, tomaria forma definitiva na Grécia, com o mito de Perséfone, e na Mesopotâmia, com a lenda de Ishtar.

As culturas desenvolveram-se com o passar dos séculos, e novos aspectos dos Deuses foram descobertos. Cultos religiosos se estruturaram, centrados nos ciclos de nascimento, morte e renascimento da natureza. O tempo da plantação e o tempo da colheita eram muito importantes, marcados com festividades, assim como o período do recolhimento do gado e a época de sua liberação ao pasto. Nestas datas, juntamente com as de mudanças de estação, realizavam-se encenações de mitos nos quais um Deus Velho morria para um Deus Jovem nascer, representando a morte da antiga colheita e o nascimento de uma nova. Estes cultos possibilitaram o refinamento da classe sacerdotal, que chegou ao requinte de gerar representantes como os druidas, sacerdotes celtas que encantaram os gregos e romanos com sua profunda filosofia e integração com a natureza. Sua erudição era admirável, e acumulavam funções como a de legisladores, médicos, poetas, bardos e guardiões da tradição oral.

Na Grécia Antiga, floresceram os Cultos de Mistério, dos quais deve destacar-se os Ritos de Elêusis e os Mistérios Órficos. Também foram de grande importância os cultos dionisíacos.

Deve-se ter em mente que estas são linhas gerais do início da bruxaria, que confunde-se com o surgimento das primeiras manifestações religiosas humanas. O que relatei acima aconteceu, em épocas diferentes, nos mais variados lugares. É verdade que nem tudo ocorreu exatamente da mesma maneira em todos os lugares: enquanto no Crescente Fértil da Mesopotâmia nasciam avançadas civilizações, na Europa ainda vivia-se de caça e coleta.

Mas o que impressiona e é importante não são as diferenças, e sim as semelhanças dos primeiros esboços de religião. Meu objetivo, com a pequena exposição acima, foi dar ao estudante noções de como foi o surgimento da idéia dos Deuses e seu desenvolvimento. Para aqueles que desejarem um estudo mais detalhado, há uma lista de leitura recomendada no fim dos polígrafos.

By Daniel Pellizzari


O Surgimento do Cristianismo

Ao contrário do que se pensa, o cristianismo não foi imediatamente adotado pelo povo europeu ao ser declarado religião oficial do Império Romano. Esta conversão dos Romanos ao catolicismo teve motivos políticos, e não teve grande penetração fora dos centros urbanos. A grande massa da população permaneceu fiel a seus deuses antigos. Os cultos antigos, então, receberam a denominação pejorativa de “pagãos” (“pagani”, plural de paganu, ‘ morador do campo’), por ter como foco de resistência à nova religião o povo dos campos, longe das cidades e das zonas de comércio e ensino.
Os missionários cristãos, com o tempo, passaram a ter mais aceitação nas cidades, mas continuavam sendo repelidos no campo, nas montanhas e nas regiões distantes, verdadeiros enclaves da Antiga Religião. Houve ainda uma tentativa de reativar o paganismo e o culto aos Deuses antigos como religião oficial do Império Romano. Esta última esperança deveu-se ao Imperador Juliano (conhecido como “O Apóstata”), que reinou no século IV EC. Mas, como sabemos, essa tentativa não foi frutífera, derrubada pela própria conjuntura da época, onde já se pressentia o poder de manipulação, domínio e intriga do cristianismo, evidenciado nos séculos seguintes. Um dos ardis utilizados pelos cristãos era o de apropriar-se de festividades pagãs como comemorações religiosas de sua própria religião.
Assim, por exemplo, o festival do solstício de inverno, onde se comemorava o nascimento do Deus-Sol, transformou-se no Natal cristão. 
Também o festival de Samhain, comemorado em intenção dos mortos, recebeu o nome de Dia de Todos os Santos, logo seguido pelo dia de Finados. 
A despeito destas tentativas, as tradições pagãs continuaram mantendo sua força. A partir de um decreto do papa Gregório, os cristãos também se apossaram dos locais sagrados da Antiga Religião e, derrubando os templos ali existentes, erigiram suas igrejas. Os Deuses de cada santuário foram transformados em santos e santas (um exemplo é Santa Brígida, da Irlanda, na verdade a Deusa Bhríd, protetora do fogo e dos partos). Quando os cristãos deram-se conta da importância da Deusa-Mãe para as pessoas, aumentaram a proeminência da Virgem Maria no culto cristão.
Mitos e práticas pagãs foram, sistematicamente, absorvidas, distorcidas e transformadas em ritos cristãos. Esculturas de temas pagãos foram incluídos em igrejas e capelas . O maior exemplo de sincretismo entre costumes pagãos e cristãos é o cristianismo irlandês, que ainda hoje conserva hábitos célticos mesclados a liturgias cristãs.
Os padres tinham a seu favor o tempo, o poder e a força. Os pagãos tinham que lutar sozinhos contra a profanação de seus templos, crenças e costumes. Desta maneira, o povo simples dos campos foi acostumando-se à nova religião, e, gradualmente, foi sendo convertido.


Resistência e a criação da feitiçaria popular
Mas os sacerdotes restantes da Antiga Religião não se renderam à nova ordem. Juntamente com pessoas ainda fiéis às antigas crenças, mantiveram o culto ao Deus de Chifres e à Deusa Mãe. As crenças pagãs, enfatizando a adoração aos Deuses e a realização dos festivais de fertilidade, foram amalgamando-se à magia popular, criando a Bruxaria Européia.

A magia popular consistia em um conjunto de feitiços feitos com o uso de ervas, bonecos e diversos outros meios. Estes feitiços tinham como objetivo a cura, a boa sorte, atrair amores, e fins menos nobres,como a morte de algum inimigo. São práticas desenvolvidas a partir do que restara da magia simpática pré-histórica, unidas ao conhecimento xamânico dos povos bárbaros. 

Os teólogos cristãos passaram então a sustentar que a Bruxaria não existia. Assim, pretendiam terminar com a credibilidade dos bruxos e anular sua influência. Foi um período de relativa paz para a Arte. Mas logo os cristãos perceberam que seus esforços para exterminar completamente o paganismo não haviam dado resultado. Fizeram então mais uma tentativa: transformaram o Deus de Chifres na personificação do Mal, do Antideus, do Inimigo.

A natureza dos Deuses pagãos é completamente diferente da do todo-poderoso “senhor de bondade” dos cristãos. Nossos Deuses são quase “humanos”, pois têm características tanto ‘boas’ quanto ‘más’. A teologia cristã já pressupunha a existência de um antagonista a seu Jeová (o ‘Satan’ hebraico do Antigo Testamento e o ‘diabolos’ do Novo): um Inimigo. Ele ainda não possuía forma definida e, quando era representado, o era em forma de serpente, como a que persuadiu Adão a comer a fruta da Árvore da Sabedoria. Dando a seu Satã a forma do Deus de Chifres (notadamente de deuses agropastoris como Pã e Sileno, dotados de cascos de bode e pequenos cornos), os cristãos conseguiram iniciar um clima de terror e medo em relação aos praticantes da Antiga Religião, o que os forçou a praticarem seus ritos em segredo.
Mas a era mais triste da Arte ainda estava por vir.
A Era das Fogueiras A situação da Igreja até o século XIII era caótica. Facções adversárias lutavam entre si, cada uma degladiando-se em favor de um dogma. Nos numerosos concílios realizados, ora uma das facções impunham sua visão, ora outra. Isso favorecia um desmoralizante ‘entra-e-sai’ de dogmas, o que desacreditava a Igreja. Algumas destas facções também criticavam a corrupção e o jogo de poder dentro da classe sacerdotal, e levantavam dúvidas sobre o poder espiritual do papado. Foi então criado um instrumento de repressão: o Tribunal de Santa Inquisição. Consistia em um corpo investigatório ignorante, brutal e preconceituoso, dirigido pela ordem dos Dominicanos. Sua função primordial era a de acabar com as facções que se opunham à Igreja (denominadas ‘heréticas’), através do extermínio sistemático de seus membros. Exemplos destas facções ‘heréticas’ eram os cátaros, os gnósticos e os templários.
Com o tempo, os cristãos perceberam outro uso para seu Tribunal. Ainda persistiam cultos aos Deuses Antigos, e, graças à transformação do Deus de Chifres no Demônio Cristãos, eram acusados de delitos absurdos, como o canibalismo, a destruição de lavouras (acusar de tal crime uma Religião dedicada à manutenção da fertilidade das colheitas é, no mínimo, ridículo) e muitos outros. Foi então proclamada, em 1484, a Bula contra os Bruxos, pelo Papa Inocêncio VIII. Neste documento, ele relacionava os crimes atribuídos aos bruxos e dava plenos poderes à Inquisição para prender, torturar e punir todos aqueles que fossem suspeitos do ‘crime de feitiçaria’. Em 1486 foi publicado o Malleus Malleficarum (‘Martelo dos Feiticeiros’), escrito pelos dominicanos Kramer e Sprenger. O livro, absurdo e misógino, era um manual de reconhecimento e caça aos bruxos, e, principalmente, às bruxas (o livro trazia afirmações surpreendentes, como : “quando uma mulher pensa sozinha, pensa em malefícios”). A partir daí, a Igreja abandonou completamente a postura de ignorar a Bruxaria: pelo contrário, não acreditar na sua existência era considerada a maior das heresias. Iniciou-se então um período de duzentos anos de terror, conhecido entre os bruxos como “Era das Fogueiras”. Mas os bruxos (e também os hereges e inocentes: doentes mentais, homossexuais, pessoas invejadas por poderosos, mulheres velhas e/ou solitárias) não pereciam só em fogueiras: eram também enforcados e esmagados sob pedras. Isso quando não pereciam nas torturas, as quais são tão cruéis e sádicas que não merecem nem ser mencionadas. A Inquisição tornou-se uma válvula de escape para as neuroses da época: em época de forte repressão sexual, condenavam-se mulheres jovens, que eram despidas em frente a um grupo de ‘investigadores’, tinham todo seu corpo revistado diversas vezes, à procura de uma suposta ‘marca do diabo’, e, por fim, eram açoitadas, marcadas a ferro e violentadas. Terminavam condenadas e executadas como bruxas. Seu crime: serem mulheres jovens, belas e invejadas. Anciãs que moravam sozinhas, geralmente em companhia de alguns animais, eram alvo de desconfiança e logo declaradas ‘feiticeiras’, e, assim, assassinadas. A maioria das vítimas dos tribunais de Inquisição não eram verdadeiros praticantes da Arte, mas muitos bruxos pereceram na mão dos cristãos. Aproximadamente nove milhões de crimes como este foram cometidos durante a Inquisição, ironicamente em nome de uma religião que se dizia ‘de amor’. Nunca uma religião demonstrou tanta necessidade de exterminar seus antagonistas como o cristianismo. A perseguição aos bruxos não resumiu-se apenas ao países católicos: espalhou-se pela Europa protestante. Os protestantes não se guiavam pelo Malleus Malleficarum, mas davam razão à sua paranóia através do uso de uma citação do Antigo Testamento: “não deixarás que nenhum bruxo viva”.
Na Era das Fogueiras, os praticantes da Antiga Religião adotaram o único comportamento que lhes possibilitaria a sobrevivência: “foram para o subterrâneo”, ou seja, mantiveram o máximo de discrição e segredo possível. A sabedoria pagã só era passada por tradição oral, e somente entre membros da mesma família ou vizinhos da mesma aldeia. Como técnica de proteção, os próprios bruxos ajudaram a desacreditar sua imagem, sustentando que a Bruxaria não passava de lenda, ou disseminando idéias de bruxos como figuras cômicas e caricatas, dignas de pena e riso. Por volta do final do século XVII, a perseguição aos bruxos foi diminuindo gradativamente, estando virtualmente extinta no século XVIII. A Bruxaria parecia, finalmente, ter morrido. Mas os grupos de bruxos (“covens”) resistiam, escondidos nas sombras. Algo que surgiu nos primórdios da humanidade não morreria assim tão facilmente.

A lei romana distinguia entre mágica boa e mágica ruim. Enquanto a magia ruim (com a exceção do assassinato) era punida com uma multa, prisão ou exílio, a boa magia (que era a cura e a adivinhação) era oficialmente sancionada pela lei romana.

A verdadeira definição de uma bruxa, bem como a história das bruxas em geral é amplamente debatida. Muitos textos descrevem a bruxaria como pactos com o diabo em troca de poderes para fazer o mal e prejudicar os outros.
Embora isso possa ter alguma verdade em certas seitas, para a maioria das bruxas modernas isso está muito longe de suas crenças e práticas reais.

As caçadas às bruxas na Europa e colônias européias começaram em torno de 1450 e durou até 1750. Como havia muitas epidemias (como a Peste Negra) e outros desastres naturais, os surtos de histeria coletiva levaram a apontar as bruxas e a bruxaria como réus.

Durante os vários julgamentos de bruxas, os acusadores geralmente usavam tortura extrema para extrair "confissões" das presumidas bruxas. Inúmeras bruxas foram executadas por enforcamento ou queimadas em público.

Os julgamentos de bruxas em Salem

Em 1692, em Salém, Massachussets, ouve um surto de caçadas às bruxas e julgamentos de bruxas que começou com um comportamento meio estranho de duas jovens garotas. As garotas estavam tendo convulsões e gritando que estavam sendo beliscadas ou mordidas. O doutor que as examinou eventualmente decidiu que estavam sob algum tipo de encantamento ou feitiço. Uma a uma, as mulheres na cidade de Salém e até mesmo nas áreas vizinhas começaram a ser acusadas de bruxaria.
A empregada da família de uma das garotas era das Antilhas e admitiu na corte transações com o diabo. Esse testemunho aumentou a histeria que já existia. Os residentes de Salém então ficaram certos de que o diabo estava vivo e muito ativo em sua terra - e quem sabia o que aconteceria a seguir
Durante um período de nove meses, mais de 100 pessoas foram aprisionadas por serem bruxas e 20 foram executadas. Finalmente, uma nova corte foi constituída para substituir a Corte Geral, que estava fazendo os julgamentos. Esta corte, a Corte Superior de Magistratura, reverteu a política da corte anterior. Deste ponto em diante, apenas três pessoas a mais foram consideradas culpadas de bruxaria e foram posteriormente perdoadas.
As teorias atuais são variadas com relação ao que realmente estava errado com as duas jovens garotas que começaram tudo isso. Alguns dizem que elas eram boas atrizes e uma vez que tinha começado e visto toda a atenção que estavam conseguindo, tinham que continuar. Outra teoria é que elas realmente tinham histeria clínica, o que poderia explicar as convulsões.

http://pessoas.hsw.uol.com.br/bruxaria1.htm



Como posso me tornar um(a) bruxo(a)?

Estudo para sempre. Aos poucos você começará a praticar. Um complementa o outro.
Não é necessário um ritual para alguém se tornar bruxo(a). O que faz de uma pessoa bruxa é a prática e a sua vida como tal. Ouve-se muito as pessoas falarem sobre iniciação e auto-iniciação, mas estas se referem somente à Wicca, que é apenas um caminho relacionado à Bruxaria. A Bruxaria possui uma diversidade enorme. Talvez o mais correto mesmo fosse dizer “bruxarias” (no plural), porque a Bruxaria é absurdamente diferente em todo o mundo, em todas as épocas. Recebemos aqui no site visitantes não só do Brasil, mas de toda a América Latina e também de países que falam a língua portuguesa, de Portugal a Moçambique. Imagine a diversidade dessas culturas. A Bruxaria existe em todas elas, mas obviamente com suas particularidades e herança cultural.

Você deve ler MUITO, mas também deve ter a consciência de que nenhum livro é a visão definitiva da Bruxaria ou do Paganismo, mesmo os mais confiáveis. A Bruxaria, por não ter um conjunto de leis fixas como a maioria das religiões, e também por não ter um livro sagrado que guie seus adeptos, traz uma certa liberdade de expressão na “religião”. Assim, há diversas vertentes, tradições e visões. Talvez você se identifique mais com um autor do que com outro, mas isso não significa que deva ler apenas os livros daquele autor. Leia tudo o que puder. Cultura nunca é demais.

Muitos também nos escrevem dizendo que não se sentem à vontade para praticar. “Já estudo há dois anos, mas nunca fiz um ritual”. Isso não é Bruxaria. A Bruxaria deve evoluir em teoria e prática. Você só começará a trabalhar seu caminho e espiritualidade como bruxa se desenvolver ambas as coisas. Não adianta só ler, ou só praticar. Isso causa um desequilíbrio que não a levará a nenhum tipo de aprendizado. E não é questão de fazer feitiços, mas sim de vivência. O nosso próprio site é um exemplo de como a Bruxaria está totalmente ligada às atividades do dia-a-dia.

Desde o começo, teoria e prática devem caminhar juntas. Estude muito, leia muito, mas vá praticando singelamente. Ninguém precisa ser um expert em magia pra começar a praticar. A magia da Natureza está acessível a todos, e é o que as bruxas e bruxos praticam.
Se você estiver fazendo com amor e humildade, não há nada de mal, nem qualquer tipo de perigo.


Se você não ousar, que tipo de bruxa(o) espera ser?

A verdade é que só o dia-a-dia e o passar dos anos fazem de você um(a) bruxo(a). Simplesmente esqueça iniciação – não tem nada a ver. Necessário mesmo é praticar, estudar, desenvolver-se espiritualmente, buscar uma conexão íntima com os deuses, saber fazer. Isso só vem com o tempo, com o estudo e com a experiência prática.

Também recebemos muitas mensagens do tipo: “Não tenho dinheiro para comprar livros”. Oras, costumo dar sempre três respostas bem básicas a essas mensagens conformistas:

A Internet é um mundo que você pode acessar, senão não estaria me enviando esta mensagem. Portanto, vasculhe neste site inteiro, que você já terá uma base bem legal. Há milhões de opções. Há as listas de discussões, as comunidades do Orkut. Só não aprende quem não quer. Com uma procura rápida no Google, você fica sabendo o básico da Bruxaria em menos de uma semana. Mas tenha um certo bom senso, pois existe muita coisa sobre Bruxaria por aí que não é bem Bruxaria. Veja abaixo alguns textos esclarecendo um pouco mais sobre este assunto e fique atento(a).

Se você tem pressa para ser um(a) bruxo(a), esqueça. A Bruxaria não é um pastel, que você pede e em cinco minutos está na sua mão, pronto para ser saboreado. A Bruxaria é para a vida toda; tem gente que estuda décadas e ainda assim sabe que tem muitíssimo a aprender. Aliás, estamos sempre aprendendo. A Bruxaria é uma prática que você vai amadurecendo. Tem coisas que só a vida mesmo pode nos mostrar, por isso, não tenha pressa com sua vida espiritual. Você pode ler um milhão de livros e sites em um mês, que não fará diferença. Tem conceitos que você só entenderá quando vivenciar. Se você não tem dinheiro para comprar livros no momento, isso é uma desculpa. Daqui a um tempo você vai estar trabalhando e terá seu próprio dinheiro, nem que seja o suficiente para ler um livro por ano. Em lojas de livros usados, você encontra opções por até menos de dez reais. Tenha calma. Tudo a seu tempo, dentro das suas possibilidades. Se tem algo que você não precisa ter para praticar Bruxaria é dinheiro.

Tenha prioridades. Se você não quer deixar de comer três vezes no fast-food para economizar e comprar um livro, não culpe a falta de dinheiro para não comprá-lo.

Vale lembrar, mais uma vez, que a Bruxaria é um ofício que remete ao seu desenvolvimento pessoal, que é absolutamente interno. Ou seja, você vai perceber que, aos poucos, mudará muito, terá outra visão de muitos fatos, aprenderá a pensar mais antes de fazer etc.

Vale lembrar também que se você quer se tornar um(a) bruxo(a) porque acha o mundo da magia “lindo”, porque acha que a Bruxaria é como a retratada nos livros do Harry Potter, porque quer ter poder sobre os outros, porque quer ser “diferente” da sociedade ou por qualquer outro motivo que não seja o seu desenvolvimento como ser humano através da Magia da Natureza, então é melhor você parar por aqui, pois certamente irá se decepcionar. A Bruxaria é para todos, mas nem todos são para a Bruxaria. Isso não significa que você não possa gostar dessas coisas.
http://bruxaria.net/2009/01/11/como-posso-me-tornar-uma-bruxoa/
LUA AZUL

CULTO BRUXO
Culto bruxo é o termo usado para uma hipotética religião pagã pré-cristã da Europa, que sobreviveu até pelo menos o início da era moderna. A teoria de sua existência foi postulada por alguns estudiosos do século XIX e XX com base na teoria de que a bruxaria europeia que tinham sido perseguida durante a caça às bruxas foi parte de uma conspiração satânica para subverter o Cristianismo, e a maioria dos fatos e provas para a teoria foram elaborados através de estudos das contas dos perseguidores na caça às bruxas no início da Europa moderna. No século XX, a teoria deu origem à religião neopagã de Gardnerianismo, com suas diversas vertentes e tradições resumidas sob o termo Wicca.

A teoria foi lançada por autores românticos de livre-pensamento, tais como Karl Ernst Jarcke e Michelet Jules no século XIX, mas recebeu sua exposição mais proeminente com o livro de Margaret Murray de 1921, The Witch-Cult in Western Europe, e suas contribuições para a Encyclopædia Britannica. Os estudiosos têm criticado a teoria e o consenso geral é que nunca existiu o culto das bruxas, sendo algo inteiramente pseudohistórico. Um pequeno número de estudiosos, tais como Carlo Ginzburg, discutem versões modificadas da teoria, como a que limita algumas práticas religiosas não-cristãs sobreviventes no início da era moderna e que contribuem para os estereótipos da bruxaria.

Gerald Gardner alegou que ele havia descoberto o New Forest coven, um grupo que ainda praticava a religião, que ele chamou de Witchcraft (Feitiçaria em português), em seu livro de 1954, Witchcraft Today, uma alegação que foi aprovada por Murray.[3] Do mesmo modo, Sybil Leek, Robert Cochrane, Charles Cardell, Rosaleen Norton e Alex Sanders também fizeram reivindicações de terem sido membros de uma linhagem familiar de adeptos do culto às bruxas. Este movimento culminou no que hoje chama-se religião da Wicca. Alguns Wiccanos contemporâneos, no entanto, distanciaram-se da teoria.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Culto_Bruxo

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