sexta-feira, 12 de novembro de 2010
UMA VINGANÇA EM WOODSTOCK
Oliver Cromwell desempenhou um papel de primordial importância durante a Guerra Civil de Inglaterra e foi um dos signatários da sentença de morte de Carlos I. O governo da Commonwealth, que ele dirigiu como lorde protector entre 1653 e a data da sua morte, em 1658, estabeleceu parlamentos regulares, uma constituição e liberdade religiosa em Inglaterra.
Quando os enviados de Cromwell chegaram ao Palácio de Woodstock, perto de Oxford, em Outubro de 1649, a fim de avaliarem o património real antes de procederem à sua venda, depararam com um ataque de Poltergeist, acompanhado de aparições de fantasmas. A população local garantia que os agentes do Parlamento tinham provocado aquele fenómeno ao cortarem e queimarem, para sua própria comodidade, um carvalho alvo de grande veneração e estimado por Carlos I.
Enquanto os homens examinavam documentos, um cão preto atravessou o palácio, virando móveis, e ouviram-se passos por toda a casa. Os papéis foram atirados ao ar e rasgados, e os tinteiros, derramados, o que dificultou o trabalho dos agentes. Em seguida, os toros do carvalho do rei, colocados ao lado da lareira, transformaram-se em perigosos projécteis. Os problemas persistiam durante a noite. Os agentes foram atacados na cama por assaltantes invisíveis, e os vidros das janelas do palácio foram estilhaçados por pedras e ossos de cavalo.
Estes enviados eram homens mal-intencionados que pretendiam ficar com grande parte do património para si. Como nem sequer confiavam uns nos outros, fizeram um acordo secreto que esconderam dentro de um vaso, sob as raízes de uma laranjeira. Ninguém mais, para além dos conspiradores, sabia da sua existência e ainda menos da sua localização. Por isso, não é de admirar que os emissários tenham fugido quando o vaso que tinham escondido começou a libertar vapores sulfúreos e depois se incendiou com uma chama azul à vista de todos. Este episódio foi relatado no panfleto do reverendo Thomas Widdowes O Demónio Justo de Woodstock, publicado para mostrar a justiça da causa do falecido rei. A Guerra Civil (1642 – 1651) dividira a sociedade inglesa. Utilizava-se o ocultismo para interpretar as virtudes e defeitos do conflito, e estudavam-se presságios para encontrar respostas. A destruição do carvalho de Woodstock simbolizava a execução de Carlos I, a 30 de Janeiro de 1649. As assombrações apoiavam a noção de que Deus protegia os bons e que os malvados teriam fim prematuro – ou, pelo menos, sofreriam horrivelmente.
http://www.villamaria2.hpg.com.br/mitos/poltergeists.htm#Vingança