sexta-feira, 12 de novembro de 2010

JOANA D'ARC, COMO UMA BRUXA

Em 1431, Joana D’arc (agora Santa Joana), foi queimada na estaca como bruxa em Orleans, pelos ingleses e pelos seus aliados de Borgonha. Em 1921, a Dra. Margaret Murray publicou sua famosa teoria de que, apesar da canonização de Joana D’Arc pela Igreja Romana e da óbvia natureza cristã de suas visões, Joana era realmente e a todo o tempo, uma bruxa, exatamente como na condenação, e praticava a "Velha Religião Pagã" desde que era criança. A Dra. Murray apontou o fato de que Joana e seus amigos de infância costumavam colher faia (beech tree), conhecida localmente como a Árvore das Fadas ou das Três Damas, perto de uma fonte (1921:238-240). A lenda popular apontou esta árvore e suas cercanias como assombradas pelas "mulheres-fadas", que são descritas como espíritos do mal nos contos, e esses lugares também eram reputados como sendo o local onde as bruxas se encontravam para realizar seus ritos noturnos. Os acusadores de Joana disseram que ela havia pendurado guirlandas de flores selvagens e ervas nesta árvore, e esta era uma evidência clara de bruxaria. Em sua corajosa defesa, Joana admitiu que tinha dançado em torno da árvore com as outras crianças, mas disse que as guirlandas haviam sido oferecidas a duas santas, Santa Catarina e Santa Margarida. Embora a menina camponesa admitisse ter visões, estas sempre foram de santos cristãos, como São Miguel.


Mais adiante a Dra. Murray apresenta Joana como uma representação do "rei sagrado" (rainha?), um deus encarnado que "pretendia sofrer como um sacrifício para seu povo" (1921:292). Liga também Joana a seu amigo e companheiro de armas, Gilles de Rais, Marechal da França, que a Dra. Murray também dizia ter sido "julgado e executado como um bruxo". Reivindica ainda mais: que Rais tinha antepassados com o "sangue do país das fadas" e era um outro "rei sagrado" simbólico, cuja vida seria um longo esforço entre a crença no Cristianismo ou a seguir a "Velha Religião Pagã". (1921:276-77) Infelizmente para esta teoria, Rais foi executado porque havia sido condenado pelo assassinato maciço de crianças e por prática de alquimia, não especificamente por bruxaria. Quando ele enfrentava a execução, disse a seus companheiros que veria Deus no Céu logo que morresse. Imediatamente após sua morte, seus parentes recolheram seu corpo para ser enterrado em uma igreja próxima, pertencente à monástica Ordem dos Carmelitas. Eles aceitaram o corpo sem dúvida, e este dificilmente seria um lugar para o enterro de um alegado pagão.


De fato há pouca evidência física para dar suporte às acusações de necromancia, sacrifícios humanos e abusos de crianças, realizadas contra o Marechal. Durante seu julgamento, Rais disse repetidas vezes aos juízes que era cristão, e somente dois anos depois de sua execução o rei francês emitiu uma "Carta de Reabilitação", indicando que o aristocrata condenado havia sido "indevidamente condenado e posto à morte". Nos anos 80, o governo francês finalmente exonerou o marechal e emitiu um perdão póstumo por todos os crimes alegados. Apesar disso, e de conceder a santidade a Joana D’Arc, a crença de que a Donzela de Orleans era uma bruxa e uma sacerdotisa da “Velha Religião Pagã” persiste ainda em algumas regiões.
http://geheimnis2.blogspot.com/2008/07/quem-controla-o-passado-controla-o.html

Seguidores

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...