HISTÓRIAS

FEITICEIRAS DE SALÉM


A grande caça às feiticeiras de Salém, em 1692, é o mais famoso caso dessa natureza de que se tem notícia, pelo menos no mundo anglo-americano. Foi o de maior duração e continuidade e que teve maior número de pessoas envolvidas n0o assunto, em toda a história americana. Por isso, naturalmente, é o que mais atenção atraiu nos Estados Unidos, até hoje. Comparado, no entanto, aos acontecimentos parecidos, anotados na Europa Central, o caso das feiticeiras de Salém não assume extensão muito grande. Mas, a par disso, apresenta uma particularidade: terminou tão subitamente como começou.

Por causa da modificação dos sentimentos e pontos de vista sobre o assunto, que logo em seguida se verificou, especialmente durante os últimos julgamentos dos acusados, nenhum dos novos suspeitos foi condenado, causando o aparecimento de uma controvérsia sobre o ponto crucial: houve, de fato, qualquer caso real de feitiçaria naquela comunidade, ou o caso inteiro teria sido apenas uma imensa e trágica ilusão?

Essa controvérsia determinou um fato: os acontecimentos de Salém se tornaram muito bem conhecidos.

O pânico iniciou-se na vila de Salém, uma comunidade rural de Massachusetts, opuco distante da cidade de Salém, que, logo depois, passou a se chamar Danvers. Começou no inverno de 1691-92, com um grupo de garotas de 11 a 20 anos de idade. Era um grupo de 8 meninas, que costumavam se reunir perto da casa do sacerdote, com a escrava do religioso, Tituba. A impressão até hoje é de que Tituba se dedicava a encher a imaginação das meninas com histórias de magias da África. Realmente, a escrava procedia de Barbados, mas isso pouca diferença fazia, realmente.

Essas reuniões terminaram por causar em Abigail Williams, de 11 anos e em Ann Putnam, de 12, uma espécie de qualquer doença histérica. Abigail, a mais nova, era parente do ministro religioso, Samuel Parris, vivia em sua casa e, por isso, estava mais sujeita à influência da escrava Tituba. As duas garotas rosnavam e rangiam os dentes, aparentemente sem qualquer razão lógica, rolando pelo chão. Por vezes, agiam como se acreditassem estar sendo transformadas em animais.

Esses sintomas começaram a se espelhar pelas outras crianças da comunidade. Os adultos, imediatamente, se convenceram de que as crianças tinham sido enfeitiçadas. O ministro religioso, Parris, foi incapaz de descobrir quem estava enfeitiçando as crianças. Ele até chamou um curandeiro índio, para tentar fazer com que solucionasse o mistério. Por fim, em fevereiro de 1962, Abigail e Ann puderam apontar os nomes de seus algozes: Tituba, Sarah Good e Sarah Osburne. As duas últimas, como a maior parte das pessoas acusadas no começo da caça às feiticeiras, eram antipatizadas por toda a vila e, mesmo, olhadas com restrições pela liderança puritana do local. Mais tarde, as duas crianças parecem ter pouco se importado em fazer com que suas acusações fossem assim plausíveis.

Nessa altura dos acontecimentos, as autoridades locais levaram muito a sério as duas meninas.
Os magistrados fizeram encarcerar as mulheres, no dia 1º de março, para examiná-las detidamente na presença das acusadoras, durante uma sessão pública para a qual tomaram a igreja por empréstimo. As duas Sarahs negaram tudo, mas Tituba apresentou uma confissão detalhada e, mais ainda, relacionou o nome de outras pessoas que estavam sendo dominadas por Satã. As duas meninas chegavam ao paroxismo de suas crises histéricas na presença dos acusados de feitiçaria.

A confissão de Tituba provavelmente salvou-lhe a vida: ela nunca chegou a ser julgada, mas foi confiscada de Parris e vendida depois, para ressarcir despesas da corte. Sarah Osburne morreu, enquanto aguardava julgamento.

Enquanto isso, o número de suspeitos crescia assustadoramente. As duas meninas continuavam sendo as acusadoras mais ativas, mas, com o tempo, outras crianças seguiram seu exemplo. Muitos acusados repetiram a tática de Tituba e nenhum deles foi executado. Entre os que afirmaram sua inocência havia alguns cuja inocência, em situações normais, seria inquestionável. Entre eles, contam-se o ministro religioso George Burroughs, a senhora Martha Corey, membro da comunidade religiosa e Rebecca Nurse, uma inválida de reputação antipática. Naturalmente, havia alguns velhos residentes, sempre suspeitos de feitiçaria: e houve por isso, quem logo acusasse Bridget Bishop e Susanna Martin de bruxaria, levando-as a julgamento.

O governador de Massachusetts, William Phips, designou uma comissão especial de juízes para compor a corte em Salém, a cidade, não o povoado, no mês de junho. Bridget Bishop foi condenada e executada imediatamente (mais tarde, foi uma das reabilitadas). E os juízes se lançaram, então, seriamente à tarefa de descobrir os bruxos atormentadores das meninas Abigail William e Ann Putnam.

As meninas caíam em espasmos quando sentiam a proximidade de uma feiticeira e readquiriam a calma se ela lhes tocasse a testa com a mão. Esse método de verificação é o detalhe diferente dessa história de feitiçaria. Os juízes, naturalmente, mostraram grande fé nesse método. Rebecca Nurse, contra quem nenhuma prova foi encontrada, foi inocentada pelo júri. Mas, os juízes especiais se sobrepuseram a essa decisão e ela foi enforcada juntamente com Sarah Good, Susanna Martin e três outras mulheres, a 19 de julho.

Alguns cometiam erros contra o júri: parece ter sido o crime de Martha Corey, de May Easty, a irmã de Rebecca Nurse e do sub-xerife John Willard, que se recusaram a fazer outras dentenções. Todos os três foram executados. As duas garotas passaram a acusar inclusive pessoas de quem somente tinham ouvido falar: uma delas era a senhora Cary, da cidade de Charleston, que foi a Salém e calmamente se sentou na audiência do julgamento. As meninas nada sentiram até que souberam, por acaso, quem era ela: só então caíram em espasmos. A mulher foi presa, acusada, mas sobreviveu ao pânico.

Autoridades da cidade de Andover convidaram as meninas para visitá-las, a fim de descobrir se havia feiticeiras entre eles: descobriram várias: Giles Corey, 80 anos, marido de Martha, não podia ser julgado: ele não se dizia nem culpado nem inocente. A lei permitia um recurso: amarrar o prisioneiro na cela e cobri-lo com pesos. Se morresse sob os pesos, estaria inocente. Ele morreu sob os pesos.

Já havia 20 executados e mais 200 acusados presos. As cadeias estavam cheias. O governador voltou de férias: dissolveu a comissão especial de juízes. Os detidos aguardaram até o fim do ano: alguns foram inocentados pela justiça comum e os outros o governador perdoou.

Uma revolta geral eclodiu por todo o país. Em Salém, os magistrados que tinham iniciado os processos, admitiam os erros, entre lágrimas e lamentações. Até então ninguém tinha duvidado da existência de bruxaria: Thomas Brattle, um comerciante de Boston, foi o líder do movimento da volta à racionalidade, dali por diante, a América colonial e, mesmo depois, a América livre, nunca mais teve coragem de condenar alguém por feitiçaria.

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AS BRUXAS DE LANCASHIRE
Um magistrado inglês do século XVI, Roger Nowel, acreditava que uma floresta perto de Manchester era o ponto de encontro de bruxos e demônios. Por isso, inicialmente prendeu duas mulheres, Elizabeth Demdike e Ann Chattox, e mais tarde vários outros suspeitos. Todo o processo é narrado no livro The Wonderful Discovery of Witches in the Country o Lancaster, publicado em 1613, um dos mais ricos testemunhos dos processos medieval contra bruxaria.



AS BRUXAS DE SAMLESBURRY
As Bruxas de Samlesbury foram três mulheres do povo de Samlesbury em Lancashire —Jane Southworth, Jennet Bierley e Ellen Bierley—, arguidas por uma rapariga de 14 anos, Grace Sowerbutts, de praticar brujería. Seu julgamento no Assize de Lancaster na Inglaterra o 19 de agosto de 1612 foi um em uma série de processos de brujería levados a cabo ao longo de dois dias, os quais se contam entre os mais famosos na história da Inglaterra.
Foram inusuales na Inglaterra dessa época em dois aspectos: Thomas Potts, servidor público do corte, publicou os processos em sua obra A maravilhosa descoberta das Bruxas no condado de Lancaster; e a quantidade inusualmente alta de arguidas encontradas culpado e penduradas, dez em Lancaster e outras tantas em York.
Não obstante, as três bruxas de Samlesbury foram absolvidas.

Os cargos contra as mulheres incluíam assassinato de meninos e canibalismo. Em contraste, as outras reas processadas no mesmo assize, incluindo às bruxas de Pendle, foram acusadas de maleficium, isto é, de causar dano por médio da brujería. O caso contra as três mulheres colapsó "espectacularmente" quando Grace Sowerbutts foi exposta pelo juiz como «a ferramenta perjuradora de um sacerdote católico».

Muitos historiadores, em especial Hugh Trevor-Roper, têm sugerido que os julgamentos de bruxas dos séculos XVI e XVII foram uma consequência das lutas religiosas do período, tanto na Igreja católica como na protestante, determinadas a eliminar o que consideravam como herejía. O julgamento das bruxas de Samlesbury é, quiçá, um claro exemplo de tal tendência; pois tem sido descrito como «uma obra de propaganda anticatólica», e inclusive como um processo circense para demonstrar que Lancashire, considerada na época uma região selvagem e sem lei, estava a ser purgada não só de bruxa]]s senão também de "complotadores papistas".
http://pt.wikilingue.com/es/Bruxas_de_Samlesbury

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